Eu fico olhando esse mar, a correnteza converge tudo em saudade e a areia molhada das tuas lágrimas absorve meus pés descalços. Minhas mãos sempre vazias portando apenas no meu dedo o peso de um anel. Confiro doze conchas no chão, é o dia certo para estar ali.
Tento mergulhar e cada vez mais fundo, encontrar lá no fundo do mar algum esconderijo em que a tua ausência não me alcance, romper uma onda e submergir sereia, olhar teus olhos infantis em qualquer gota de sal, de água, de chuva. Poder tocar o mar, mergulhar o céu. Nos teus braços me encostar e, enfim, renascer.
Hoje eu quero chuva, Sol já é tua pele contra a minha, queimando e ardendo, luz do querer, de ainda te querer, a cada dia e noite, como a lua nua em versos.
E se eu sou a lua, enquanto o calor do teu sangue me mantém, teus olhos são estrelas que me cercam, guiam, iluminam e se por vezes morrem, continuam a olhar por mim infinitamente e incansavelmente até que o amanhecer e a noite se encontrem no horizonte. Lá que teu corpo inflama a minha paz. Lá... onde o sol, a lua e o mar viram uma só imensidão.
Esse é mais um arquivo, onde jogo minhas roupas velhas e ali esqueço, do que escritos convencionais. Pego minhas palavras soltas, lavo, dou cheiro, cor, gosto e asas para que possam, enfim, sair de mim e tomar o formato do sentido de quem lê. Não foi feito para ser admirado mas se quiser entrar, sente-se, não faltará cal para a nossa construção.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Nossa imensidão
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