quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tudo Novo de novo

Chega uma hora que se acabam as páginas da agenda, acabaram –se os compromissos, os planos, os sonhos, de repente o amigo próximo torna-se o distante, as confidencias ganham novos ouvintes, os carinhos ganham novas peles e as pessoas ganham outro sentido, tudo ganha um novo sentido. Terminam 365 dias em 12 meses, sem espanto começamos novamente a conferencia por dentro das horas e dias, e mais 12 meses pra seguir, os mesmos 12 meses que já se haviam passado, no porta-retrato a fotografia, revelando que, no fundo, ninguém é o mesmo depois do ano novo.

De repente se descobre o quanto é importante viver, o quanto a vida já nos levou, o quanto ainda temos a perder, e percebemos que perdemos tanto e tantos que às vezes nem conseguimos correr atrás. A vida começa a passar na frente dos olhos como relâmpagos acusadores, tudo o que faltou, tudo o que restou, é só o que importa, a gente se vê novamente assim, presos a um tempo imaginário, aguardando o orgulho ou a acomodação nos tomar e fim, fim de ano, fim de uma parte da vida, fim do que poderia ser feito e não foi.

A cada 24 horas já se passaram no mínimo 24 chances de se recomeçar. Não é o calendário que tira as máscaras e dá ânimo a quem precisa seguir a caminhada. Que o ano novo seja mesmo um novo ano feliz mas que o ano novo seja novo mesmo só quando se acabar o calendário, pois a vida continua em cada linha da agenda.

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